Este sitio destina-se a partilhar com os meus amigos algumas das minhas criações artísticas, nomeadamente pintura, fotografia e arte sacra.
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Espero que gostem deste meu cantinho e, por favor deixem os vossos comentários para eu dar conta da vossa passagem por aqui. Muito obrigada!
sábado, 28 de dezembro de 2013
A TODAS AS MINHAS AMIGAS
E VISITANTES DO MEU BLOGUE
Venho apresentar a todos as minhas desculpas por não ter visitado os vossos blogues, nestes últimos tempos, mas uma doença inesperada de um familiar meu exigiu da minha parte cuidados a tempo inteiro, acompanhamento a exames médicos dolorosos e intermináveis..., com saídas e deslocações muito longas e frequentes, ausências e regressos sem hora...
Todos estes factos obrigaram a afastar-me da blogosfera e a privar-me da vossa companhia, com muita pena minha.
Assim, aproveitei esta quadra especial para vos esclarecer o motivo da minha ausência, agradecer toda a amizade que me têm dedicado ao longo destes tempos e dizer-vos que guardo muito boas memórias das vossas excelentes postagens e das nossas conversas virtuais, em família!...
Espero poder regressar muito em breve, para continuar a desfrutar da vossa companhia e amizade.
Entretanto desejo-vos um ANO NOVO MUITO FELIZ, com muita SAÚDE, em primeiro lugar, pois sem ELA a VIDA não tem qualquer sentido!!!.
Sejam muito felizes e vivam uma vida saudável, plena de alegria!!!
Deixo-vos um grande abraço, do tamanho do mundo, com muita amizade, para todos. Maria Eduardo
Esta foi a prendinha de aniversário mais terna que recebi até hoje:
A primeira cartinha de dois dos meus queridos sobrinhos-netos.
Foi escrita a lápis e não ficou muito legível, mas mesmo assim não resisto a postá-la, para que eles a vejam e saibam que a Titi Dadá ficou muito sensibilizada e orgulhosa com os votos de parabéns que
me enviaram neste dia e que me trouxeram à memória recordações lindas da
minha infância, do tempo em que era pequenina como eles.
Cartinha de Aniversário
(Autores: Manuel de 7 anos e Isabela de 4)
Que Deus vos proteja e que a Titi Dadá faça muitos e muitos anos para poder acompanhar o vosso crescimento e percurso de vida ao longo dos anos, como seres humanos dignos, honestos e que os vossos corações se multipliquem e transbordem de amor pelo próximo!
Já não via estes meus sobrinhos-netos há algum tempo. A minha sobrinhita-neta, de 3 anos e meio, surpreendeu toda a família com uma atitude de plena bondade, ternura e imensa sensibilidade. Marcámos encontro num jardim com parque de diversões para crianças, com escorregas, baloiços, esconderijos e muito mais. As saudades eram imensas de ambos os lados! Quando nos vimos delirámos todos de alegria. A pequenina correu para um canteiro cheio de florzinhas (lantanas), colheu três, fez um pequenino bouquet e ofereceu-mo. Fiquei enternecida com aquela prendinha tão especial! Depois seguiram-se as corridas, subidas e descidas no escorrega. Estavam os dois eufóricos num frenesim de imensa alegria!... De repente, a pequenina avistou uma senhora sentada numa pedra com olhar alheio, como que perdida, a observar as crianças que brincavam e riam desenfreadamente. Aproximou-se dela, observou-a e voltou a correr para junto de mim e pediu-me uma das florzinhas que me tinha oferecido. Dei-lha com um beijinho e ela com a florzinha na mão correu em direcção à senhora e ofereceu-lha, trocando com ela algumas palavras. Quando regressou para junto dos adultos, perguntei-lhe porque tinha oferecido a florzinha àquela senhora. Com uma vozinha doce mas convicta, respondeu-me: -A senhora estava triste e não tinha nenhuma flor!... Ficámos todos muito sensibilizados com a reacção daquela pequenina que acabava de dar uma lição de amor, bondade e generosidade aos adultos.!.. Nenhum de nós tinha reparado naquela infeliz mulher, que, sentada numa pedra, sozinha, alheia, olhava o mundo à sua volta que transbordava de alegria e felicidade!...
Bendita seja a bondade e generosidade das crianças!...
Desloquei-me a uma grande superfície no Dia de Todos os Santos, para comprar flores. Á minha frente encontrava-se uma senhora idosa extremamente nervosa, contorcia-se e inclinava-se vezes sem conta para espreitar a porta da entrada. Perguntei-lhe porque estava tão nervosa e ela respondeu-me que o marido já tinha descido para a garagem com as compras e já lhe tinha telefonado duas vezes a dizer-lhe que se fosse embora. A pobre senhora lamentava-se dizendo que ele era terrível e que não tardava que a viesse buscar por um braço!...
Mas a florista, era inexperiente, muito vagarosa e não conseguia fazer o laço que rematava o ramo de flores e a senhora tremia que nem varas verdes e levava uma das mãos à cabeça, onde se podia ver uma ligadura... e exclamava: Ai, valha-me Deus que a rapariga nunca mais se despacha!...
Finalmente o ramo ficou pronto. O meu marido que também presenciou o estado de nervos em que a senhora se encontrava concordou que era melhor que a acompanhasse até ao carro. Dei-lhe o braço e dirigimo-nos para a garagem onde o marido se encontrava. Neste pequeno percurso foi-me relatando os maus tratos que o marido lhe infringia frequentemente, e o ferimento na mão tinha sido ele pois tinha-lhe atirado um objeto cortante que se tinha cravado na mão. Disse-me ainda que tinha pena de já ter 76 anos pois se fosse mais nova que o deixava.
Na ânsia de a ajudar, em tão pouco tempo, fui-lhe dizendo que estava a ser vítima de violência doméstica e que não se devia calar, devia dizer às amigas e vizinhas os maus tratos que ele lhe dava, e quando estivesse a ser maltratada, que abrisse portas e janelas para que todos ouvissem e a viessem ajudar, pois hoje a violência doméstica é um crime!... Que não se calasse, que denunciasse a situação, pois o marido podia tornar-se cada vez mais perigoso, que não permitisse que ele a destruísse psicológica e fisicamente!... Quando chegámos ao carro, o marido não saiu do carro, tinha a porta do seu lado trancada e ela pediu-lhe que a abrisse. Dirigi-me a ele dizendo-lhe que a esposa não tinha culpa de se ter atrasado pois as meninas da florista eram inexperientes e as pessoas que se encontravam na fila já estavam todas exasperadas! ... Disse-lhe ainda que tínhamos que ter paciência uns com os outros, que a vida era muito curta para a desperdiçarmos com coisas insignificantes, que íamos homenagear Todos os Santos e os nossos Entes queridos... Hoje Eles, amanhã nós!...E que a vida era mais bonita se nos entendêssemos, nos perdoássemos e vivêssemos em harmonia uns com os outros!... O senhor, nada disse!... Despedi-me, desejando-lhes um bom Dia de Todos os Santos! ... e enquanto o carro se afastava pedi a Todos os Santos para que as minhas palavras tivessem produzido algum efeito, ou, pelo menos, naquele momento, tivessem evitado mais um sofrimentos àquela pobre senhora. O carro desaparecia ao fundo da estrada e nós ainda trocávamos beijinhos, que se iam perdendo no espaço !!!! Que Todos os Santos tenham estado presentes, naquele momento! A todas as mulheres vítimas de violência doméstica eu dedico este ramo de antúrios!
Era abandonado e baptizei-o de "Rabudinho", alguém lhe terá cortado a cauda, à nascença, deixando-lhe apenas um pequeno côto. Era muito meigo e tinha uns olhos doces e transparentes como o mel! Visitava-me todos os dias, comia, bebia e adormecia nas cadeiras do jardim, mas partia sempre como se tivesse obrigações inadiáveis a cumprir, algures. Voltava no dia seguinte, sistematicamente à mesma hora, como um ritual .
Um dia desapareceu e fez uma ausência muito longa. Quando regressou, vinha esquelético, a cambalear, mal se sustinha nas pernas e com o olhar sem vida e distante. Estava moribundo!...Teria sido envenenado? Interroguei-me. Mesmo assim, a custo, tinha-se vindo despedir, como quem procura um amigo para não morrer sozinho!
Fiz-lhe uma cama confortável no jardim e aconcheguei-o com carinho, para acabar os seus dias com alguma dignidade. Era um amigo que procurava ajuda!
Olhei para ele bem nos olhos, estava desfalecido e quase não reagia. Tive imensa pena daquele pobre animal a agonizar...
De repente, tive um pressentimento e num impulso estranho, embrulhei-o de imediato num cobertor, aqueci-o e comecei a alimentá-lo a leite numa seringa, de 2 em 2 horas. Depois seguiram-se outros alimentos moles, não descurando o seu débil coraçãozinho... Ia comendo lentamente, agarrando-se à vida, com determinação!
Ia melhorando de dia para dia e já dava sinais notórios de recuperação. Olhava-me com gratidão, com aqueles olhos doces, agora já com algum brilho e iniciava pequenos passeios pelo jardim. Ele melhorava a olhos nus e eu ficava cada vez mais deslumbrada com ele!... Passados alguns dias o seu pêlo estava mais lustroso, já começava a brincar, subia às árvores e saltava feliz como se fosse uma criança. Estava recuperado e cheio de vitalidade e eu deliciava-me com as suas habilidades, orgulhosa de o ver renascido, e dava graças a Deus!
Tudo voltou ao normal, chegava, comia, dormia e partia de novo, para voltar no dia seguinte, sempre à mesma hora, livre como um passarinho!... O ano passado, por altura do terrível temporal que assolou o nosso País, o Rabudinho desapareceu, ter-se-á desnorteado ou ferido de morte? Dizem que os gatos por vezes podem desaparecer por períodos longos, até mais de um ano, acabando por regressar ao local onde nasceram ou foram felizes, mas até hoje o Rabudinho ainda não voltou ...
Olho para o espaço que circunda a casa, vezes sem conta, na esperança que aconteça o milagre do seu regresso, mesmo que estropiado! A afectividade não tem preço e a esperança é a última coisa a morrer!...
Quando as encontro, tenho que as trazer comigo!...
Não sei o porquê deste fascínio:
Será pelas suas carinhas rechonchudas?
Será pelos seus olhinhos brilhantes, tão bem desenhados?
Será pelos seus lábios tão vermelhos?
Será pelos seus vestidinhos muito rodados, em tule e cheios de rendinhas? Será pela gracinha das capinhas em cambraia, bordadas?
Será pelos raminhos de flores em tecido que rematam os laços?
Será pelas capinhas em cambraia? Ou pelas calcinhas muito rodadas?
Será pelos seus fartos caracóis? Ou pelos grandes laçarotes?
Será pelas suas trancinhas? Ou pelos seus chapeuzinhos de feltro?
Será ainda pelas fitinhas de cetim que ornamentam os fatinhos?
Ou pelos sapatinhos com lacinhos, todos iguais?
Será pelos vestidinhos de bordado inglês com abinhas de cambraia?
Ou será ainda pelos babetes em cambraia, bordados?!...
NÃO SEI!... Só sei que gosto delas! Não sei de onde vieram, nem quem as criou. Sei que não são recentes. Têm uma etiqueta no vestido "Loveygane? Loveygame?" quase indecifrável, mas ainda não consegui encontrar a sua origem. Um antiquário informou-me, mas sem certezas, que poderiam ser oriundas de Rio Grande do Sul?!... Se algum dos meus amigos ou visitantes do meu Blogue conhecer a sua origem, agradeço desde já a vossa colaboração e retribuo com um forte abraço e toda a minha amizade. Obrigada!