sexta-feira, 25 de outubro de 2013

A AFECTIVIDADE NÃO TEM PREÇO

 O "RABUDINHO" 

 
Era abandonado e baptizei-o de "Rabudinho",  alguém lhe terá cortado a cauda, à nascença, deixando-lhe apenas um pequeno côto.  Era muito meigo e tinha uns olhos doces e transparentes como o mel! Visitava-me todos os dias,  comia, bebia e adormecia nas cadeiras do jardim,  mas partia sempre como se tivesse obrigações inadiáveis a cumprir, algures.  Voltava no dia seguinte, sistematicamente à mesma hora, como um ritual . 
 Um dia desapareceu e fez uma ausência muito longa.  Quando regressou, vinha esquelético, a cambalear, mal se sustinha nas pernas e com o olhar sem vida e distante.  Estava moribundo!...Teria sido envenenado? Interroguei-me.  Mesmo assim, a custo, tinha-se vindo despedir, como quem procura um amigo para não morrer sozinho!
 Fiz-lhe uma cama confortável no jardim e aconcheguei-o com carinho, para acabar os seus dias com alguma dignidade.  Era um amigo que procurava ajuda!
 Olhei para ele bem nos olhos, estava desfalecido e quase não reagia.  Tive imensa pena daquele pobre animal a agonizar...
De repente, tive um pressentimento e num impulso estranho,
   embrulhei-o de imediato num cobertor, aqueci-o e comecei a alimentá-lo a leite numa seringa, de 2 em 2 horas.  Depois seguiram-se outros alimentos moles, não descurando o seu débil coraçãozinho... Ia comendo lentamente, agarrando-se à vida, com determinação!
 


 
 Ia melhorando de dia para dia e já dava sinais notórios de recuperação. Olhava-me com gratidão, com  aqueles olhos doces, agora já com algum brilho e iniciava pequenos passeios pelo jardim.  Ele melhorava  a olhos nus e eu ficava cada vez mais deslumbrada com ele!... Passados alguns dias o seu pêlo estava mais lustroso, já começava a  brincar, subia às árvores e saltava feliz como se fosse uma criança.  Estava recuperado e cheio de vitalidade e eu deliciava-me com as suas habilidades, orgulhosa de o ver renascido, e dava graças a Deus!
 

 
Tudo voltou ao normal, chegava, comia, dormia e partia de novo, para voltar  no  dia seguinte, sempre à mesma hora, livre como um passarinho!...
  O ano passado, por altura do terrível temporal que assolou o nosso País, o Rabudinho desapareceu, ter-se-á desnorteado ou ferido de morte?  Dizem que os gatos por vezes podem desaparecer por períodos longos, até mais de um ano, acabando por regressar ao local onde nasceram ou foram felizes, mas até hoje o Rabudinho ainda não voltou ...
Olho para o espaço que circunda a casa, vezes sem conta, na esperança que aconteça o
milagre do seu regresso, mesmo que estropiado!
A afectividade não tem preço e a esperança é a última coisa a morrer!...  
 Se alguém viu o Rabudinho, por favor, avise-me!
Obrigada, desde já!
 
 

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

O SONO DOS GATOS
 
É desta maneira que os gatos dormem , no Ribatejo!...
Adoro ver os animais assim descontraídos e felizes!...
Ao sol ou na sua cama, esta é a posição que a "Joca"mais gosta!...
 

Será que sonham?...  Acho que sim!...